Preamar de Artes Visuais
2016Fortaleza
A Escola Porto Iracema de Artes Visuais propõe, entre suas formações, o projeto Preamar, tendo como objetivo dar continuidade à formação de alunos. Após a formação básica em outros programas da escola, o Preamar entra como possibilidade de aprofundamento e de experimentação criativa, a partir de acompanhamento de processos e discussões teóricas.
A sua segunda edição, em 2016 - conduzida por Luiza Veras e Marília Oliveira, Simone Barreto e Fernanda Oliveira - teve como fio condutor o tema Narrativas do Universo Feminino. Como resultado formal e final do projeto, uma mostra coletiva foi montada no Hall da Escola Porto, parte da 4ª MOPI - Mostra de Artes do Porto Iracema.
![Antero, escultura, argila em ponto de osso e mudas de Cyperus Maritimus, 38 x 36 x 24 cm](https://freight.cargo.site/t/original/i/b97ff488b23ecb8472bbec6a9cca4082293cb9ba8ec4a9d53a1bf0cbceea5499/IMG_8330_menor.jpg)
![divulgação](https://freight.cargo.site/t/original/i/d337470f4288d6dd1ce5a2fbc8b49d638d970aefb5c3da566a4f043acdbb7a1e/Captura-de-Tela-2021-01-19-as-17.12.18.png)
A obra Antero, elaborada em diálogo com a produção de Louise Bourgeois, foi apresentada na conclusão do Preamar de Artes Visuais. A partir da pesquisa intitulada Território-pele, propus aproximações com a produção de Bourgeois, explorando os temas do autobiográfico, da memória, do trauma familiar, da infância, do corpo e da sexualidade. Acompanhava a obra um pequeno texto:
Habitamos essa terra vermelha que é nossa própria carne. Tem dia que a terra foge de nós, desliza num terremoto. Esse corpo que se constrói atravessado por tantos juízos. Carregamos os restos sintomáticos que não transbordaram na linguagem, canta o processo psicanalítico.O que eu não falo em mim, fala por mim meu corpo marcado. Dele emerge a urgência, a descontrolada natureza das essências que não cabem em palavras.Há os tempos de ignorar o discurso da pele. De Desabitar. Por ingenuidade, pela dor que não incomodava tanto assim ou que é por demais profunda e faz adormecer de cansaço. Daí se abandonam as rotas do corpo, denota nessa carne um ser ausente, inunda os leitos com uns venenos consentidos. Recalca a memória, mas a carne não cala. Nosso peito não murmura discernimento, ele goza e experimenta. Uma insatisfeita procura de interpretar. De ter domínio, entendimento e posse. De nós ou do Outro? Quem é o Outro que tem lugar no nosso corpo? Busca-se nesses continentes alhures, outras terras vermelhas, o êxtase da saciedade. Invadindo, cortando, sangrando, uso-capiando a pele alheia com o bruto desejo, justificado pela pátria.
![](https://freight.cargo.site/t/original/i/8ba47f2267548432a9e106ac932b373a51b24088ac8875ad7fad9b274ca0b62a/IMG_8333_menor.jpg)
![](https://freight.cargo.site/t/original/i/e2c759ded5953b72cf2207483c7d5f2120f02bd1af0a8c82164f97ee4689268a/IMG_8334_menor.jpg)
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![](https://freight.cargo.site/t/original/i/414b62fcc1e4a737d9e26a4468c65947bbf0abe5e28c5b5b395efbbb8bf10e07/Estudo.jpg)
![](https://freight.cargo.site/t/original/i/e7aa55b00f284ffb7b6b2878afa62d81da7336077988e58e75c0a1abf15c041c/Coleta.jpg)
![](https://freight.cargo.site/t/original/i/099a017a001b41f0cc0f7116deb6b6104172cb37dddec0aea8ad33a13bb14b5f/Referencia.jpg)